terça-feira, 12 de julho de 2011

Aprendiz

Senhor poeta,
Que poder é esse que o senhor tem?
Parece enxergar a minha alma
Como ninguém mais a vê
Chega a ler meus pensamentos

Tuas mãos são mágicas
Conseguem tocar as feridas invisíveis
Pensei que fossem intocáveis
Mesmo tão longe
Consegue entrar no meu peito

Brinca com as palavras
E junto brinca com o meu coração
Adivinha meus sonhos secretos
Meus desejos mais secretos ainda
Descobre o meu amor
E minha dor que não contei pra ninguém

O toque do teu olhar
Fez do meu coração imensidão
Tento eu ser poeta também
Descobrir teus poderes
Pra tocar minhas feridas
Ver minha alma de perto
E quem sabe
poder ver a tua também.


Maria Eliza

sábado, 9 de julho de 2011

O escuro

Quero o escuro pra me aquecer.
Na verdade não quero,
Só me resta o escuro
Já que nada consegue me envolver
Sem doer ou me fazer adormecer
Digo então,
Resta-me o escuro pra me acalmar
Já que tudo parece somente me entediar
Ou irritar
Resta-me o escuro pra me deixar sonhar
Já que nada no mundo parece fazer parte dos meus sonhos.

Resta-me o escuro pra me permitir pensar
E entrar em mim mesma
Vasculhar o porão
Já que a claridade não deixa.
Na claridade parece que é errado
Parece que é pecado
Arrogância ou ousadia
Pensar.

Resta-me o escuro pra procurar
A saída do poço sem fundo
Da estrada sem rumo
O escuro me resta pra ressuscitar
As cinzas do coração
Transmutar a dor e a solidão
Buscar sentido e graça
Na vida que passa.


Maria Eliza