quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um mundo de faz de contas

Maria Eliza
Um mundo de faz de contas...
Pensava que era coisa de criança
E que adulto discernia muito bem
Brincando, entrando e saindo desse mundo quando quisesse.
Mas tristemente descobri que não
Que é ao contrário
As crianças sabem discernir o faz de conta
Brincar, sonhar e aproveitar
Os adultos ficam atordoados
Não conseguem distinguir
Nem controlar seu imaginário
Um lugar onde acredita-se que a sabedoria e a razão
Está primeiramente com o adulto
Que conduz a criança ingênua e desprotegida
Necessitada do discernimento e a vasta experiência e sabedoria do adulto.
Descobri tristemente que isso não existe
É fantasia!
Existe um pacto silencioso entre todos para manter essa farsa
Na verdade
Os adultos não sabem direito o que estão fazendo
Os poucos que sabem se perdem ou ficam doentes
Já as crianças
Não são tolas e passivas como muitos pensam
Denunciam diariamente essa farsa com ações incompreendidas
Porque não têm a vasta experiência vocabular que o adulto
Para discursar sobre o assunto e defender seu espaço
Já os adultos
Como “crianças” medrosas
Fingem não ver para espantar o medo
Muitos insanos jogam a culpa na criança
Por não conseguir racionalizar
Outros continuam a caminhada
Cansados
Mantendo esse pacto silencioso
Por um pagamento cruel e injusto
Que mal permite – o respirar
Pensar, sentir ou expressar
Suas emoções de alegria ou de revolta
Que destrói seus sonhos e ideais,
Sua comoção e racionalidade
Transformando-os em robôs, alienados, mecanizados...

Nessa farsa todos querem se enganar
Porque fica mais fácil encarar a realidade dura de sua incapacidade
E a descoberta de que sempre se enganou
Que emoções, imaginário e discernimento
Não é propriedade racional construída dos adultos
Mas naturalmente das crianças,
Distorcidas e desaprendidas pelos que
Autodenominam-se conhecedores, condutores e educadores
Donos de um saber meramente subjetivo
Os adultos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Onde estou?

Onde estou?
Que lugar é esse que todo mundo tem medo?
Que precisa se sentir protegido
Seguro por uma força maior que a sua
Mas essa força tem que ser abstrata porque concreta não é possível crer
E só assim as pessoas se permitem ser felizes
No meio da desgraça

Parecem gostar de sonhar, de imaginar...
O sonho e a imaginação do outro tem mais valor
Mais credibilidade
Mais verdade
E quando encontram o que consideram verdade
A vestem como uma roupa que cola na alma,

Duro de tirar
E nada mais querem ver
Com medo de perder
Sua roupa
Sua segurança
Proteção
E a certeza de que realmente encontrou o poder.
Não olham para os lados
Vivem como reféns ou bichos medrosos
Escondidos em suas verdades
Mas se por um segundo conseguir se ver sem  a roupa
Vai ver uma infinidade de verdades
Que não existem donos
Mas mesmo vendo tudo
Fica difícil
Porque o medo continua deixando-o inseguro
Necessitado de proteção,
De acreditar mesmo que algo inimaginável
Vai te proteger
De toda sua essência e natureza
Sua maldade natural
Que as verdades insistem em eliminar
A tentativa desesperada de eliminar sua essência
Deixa-o cego e doente
Não permite que viva
Nem que sinta
Nem pense
Atributos naturais e essenciais do ser humano
São sufocados, para exaltar uma natureza tão almejada
Mas desconhecida,

idealizada por uns
E creditada por outros
Que lugar é esse
Que as pessoas buscam de maneira estranha ser feliz?


Maria Eliza

Sentidos

Criando e buscando sentido.
Cada um dá o seu
Rompendo barreiras, construindo muros ou perdendo a razão.
Pensar sobre eles nos torna humanos
Infinita busca
Aqui em busca da palavra que compreende a vida
Ou ao menos busca seu sentido.